A nova Gestapo

Por Leandro Ruschel





PT retira a Abin das mãos dos militares e a coloca sob controle dos companheiros O comissário Octávio Guedes, da Globo, postou matéria no G1 explicando a mudança. É um texto fantástico para entender tanto o papel da emissora no novo regime brasileiro, quanto o nível radical de esquerdismo e autoritarismo do novo arranjo de poder. 

Sob a chamada "Nova Abin vai monitorar grupos extremistas nas redes sociais", Guedes explica que "uma das prioridades da nova Agência Brasileira de Inteligência (Abin) será a de identificar e monitorar grupos extremistas nas redes sociais para se antecipar a ataques à democracia, como os ocorridos no dia 8 de janeiro. Os financiadores de grupos de disseminação do discurso de ódio vão merecer atenção especial da inteligência". Ele comemora o fato da agência sair do controle militar, e informa que "o mundo acadêmico será ouvido na reformulação da atual estratégia", e conclui: "a Abin vai deixar de bisbilhotar a vida de inimigos do governo, essência do antigo Serviço Nacional de Informações dos militares, e passará a contribuir com inteligência para ajudar em políticas públicas". 

Como bom agente de propaganda petista, Guedes trata os opositores como "extremistas perigosos", justificando assim a sua perseguição por um órgão estatal de inteligência. É exatamente a mesma justificativa dada pela cúpula do judiciário para seus inquéritos persecutórios. Mas o texto deixa ainda mais clara a lógica socialista radical que pauta o novo regime: "nas conversas com interlocutores do governo, o futuro chefe da agência, delegado Luiz Fernando Corrêa, costumava dar um exemplo prático: se a fome é um grande flagelo nacional, a Abin não pode ficar de fora do tema. E como seria essa contribuição? Assim como são conhecidos os gargalos da infraestrutura do agronegócio, a inteligência de estado colaboraria no sentido de apontar os gargalos da "agricultura familiar", um dos pilares do combate à miséria". 

Entenderam? A Abin passará a trabalhar para o MST e a sua "agricultura familiar", que não tem a menor chance de resolver o problema da fome, mas tem tudo para criar mais pobreza e falta de alimentos, ao defender uma revolução comunista. 

Além disso, não passa despercebido o desejo de "ouvir acadêmicos", ou seja, o pessoal que o PT instrumentalizou há muito tempo, e hoje representa a sua militância mais aguerrida. São os mesmos "acadêmicos" que criaram laboratórios de internet para monitorar as redes e identificar os "extremistas contra a democracia", prontamente denunciados aos parlamentares aliados em CPIs, aos militantes de redação dos maiores veículos de "imprensa" do Brasil e à justiça. Outra tarefa desse pessoal tem sido criar as justificativas intelectuais para a implementação de uma ditadura do pensamento único, em nome da "democracia", claro... 

No mundo civilizado, as agências de inteligência servem ao propósito de identificar ameaças externas. Nos EUA, por exemplo, a CIA é proibida de investigar cidadãos americanos. Mesmo assim, os abusos tem se avolumado nos últimos anos, e há até mesmo uma CPI em curso para investigar a instrumentalização política de agências como CIA, NSA e até mesmo o FBI para perseguição de conservadores. Não podemos esquecer o caso da investigação ilegal que atingiu Trump e aliados, em plena campanha eleitoral, e que não cessou nem mesmo após ele ser eleito presidente do país. 

Se nem na mais longeva democracia e estável democracia do mundo as agências de inteligência respeitam os seus próprios cidadãos, o que esperar da Abin controlada por socialistas radicais, entusiastas de notórios governos autoritárias, como Cuba, Venezuela e Nicarágua? Para ter uma ideia mais precisa do que podemos esperar, sugiro a leitura do excelente livro o "Assassinato de Reputações", contando como o PT utilizou a estrutura de estado para perseguir desafetos e destruir suas vidas.

É apenas mais um passo no processo de venezuelização do Brasil.

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