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Mostrando postagens de novembro, 2022

País do futuro

Por Gustavo Bertoche Como acabar com o mito de que a educação brasileira dos anos 50 tinha boa qualidade... Em 1951, o físico norte-americano Richard Feynman (que posteriormente receberia o Nobel de Física) veio lecionar no Rio de Janeiro (ele tinha uma simpatia genuína pelo Brasil: aprendeu a falar português para melhor se comunicar com os seus alunos e chegou a tocar percussão numa escola de samba). Dessa experiência Feynman tirou uma conclusão: os brasileiros acreditavam ter no Brasil instituições de Ensino Superior, mas estavam enganados. Na realidade não havia universidade, não havia ciência, não havia Educação por aqui: o que existia era uma imitação desajeitada e sem propósito do que se fazia em outros países. Abaixo, trecho da autobiografia de Feynman. Ele avalia o período em que lecionou aqui. A sua conclusão é tão válida hoje como era há 70 anos. * * * "Em relação à educação no Brasil, tive uma experiência muito interessante. Eu estava dando aulas para um grupo de estuda...

Cristianismo

Não é possível ser cristão e ter alguma esperança no melhoramento do mundo. A idéia de "um mundo melhor" é uma das idéias mais ANTICRISTÃS do mundo.   Se você é cristão, você tem que entender que o mundo nunca vai melhorar, nunca. Você pode consertar uma coisinha aqui, mas se cria outro problema lá. Não obstante o dever de amar o próximo e de ajudá-lo onde é possível, continua vigorando. Fazer o certo SEM A ESPERANÇA de que dê certo, ser cristão é isto. Olavo de Carvalho.

Ditadura

Por João Luiz Mauad O que acontece hoje no Brasil é um escândalo de proporções oceânicas. Ontem, o xerifão eleitoral de plantão mandou bloquear as contas de dezenas de empresas, acusadas de participar de comboios “golpistas” em direção à Brasília. Fez isso sem que fosse dado aos acusados qualquer direito de defesa.   Agiu com um poder de polícia que ele não tem por lei, mas que lhe foi concedido por seus colegas de T5E, através de simples “resolução”, poucos dias antes da última eleição. Agiu também como se estivéssemos ainda em período eleitoral, mesmo duas semanas depois do pleito. Criou o período eleitoral perpétuo. Nenhuma novidade aqui, pois o indigitado ministro também já mandou prender um deputado em flagrante, ainda que o seu suposto delito tenha acontecido meses antes. Alegou que um vídeo exposto na internet configura “flagrante continuado”.   Outra jabuticaba foi a instalação de um inquérito criminal sem data para terminar e sem objeto definido, presidido pelo própri...

Ignorância

Por Gustavo Bertoche Hoje lembrei-me de um companheiro de magistério. Fui seu colega por alguns anos em uma rede de escolas particulares no Rio de Janeiro. É doutor na sua área de formação.   Um dia confessou-me jamais haver lido um livro sequer de literatura em língua portuguesa. "Mas como? Nem Machado, nem José de Alencar, nem Lima Barreto? Não leu nada da nossa literatura na escola?", perguntei. "Não. Na escola passaram aos alunos resumos de livros desses autores". * * * Sem a literatura, sem a aquisição dos planos hermenêuticos que constituem a matéria das palavras e das expressões da língua, sem a compreensão dos campos simbólicos em que se manifestam esses planos hermenêuticos das palavras, não podemos acessar a riqueza do real; ela ali está, diante de nós - todavia, por não termos a linguagem necessária para percebê-la, seguimos pobres, pobres de mundo. E sem o entendimento dos arquétipos - manifestos na literatura - sobre os quais os roteiros da nossa vida e...

Biografia

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Voto eletrônico

O relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral mostra o seguinte: não há como afastar a hipótese de fraude, seja porque é possível a inserção de um código malicioso, seja porque o TSE não ofereceu toda a base de dados para fiscalização. Mais estarrecedor ainda, os técnicos do Exército vislumbraram, no código-fonte de votação, acessos a servidores externos. Perguntaram ao TSE a respeito do fato, mas não obtiveram resposta. Tal fato, por si só, pode anular as eleições (art. 221, II do Código Eleitoral). Esse relatório ainda me faz lembrar de outra coisa: o STF julgou inconstitucional a lei do voto impresso, utilizando-se de um entendimento esdrúxulo. Fazem de tudo para evitar a auditoria do sistema. E ainda se dizem defensores da democracia. O Tribunal Constitucional Alemão, por sua vez, julgou inconstitucional o voto eletrônico . O motivo:  A eleição como fato público é o pressuposto básico para uma formação democrática e política. Ela assegura um processo eleitoral regu...

Hipocrisia

Por Paulo Cursino O Brasil que já aceitou quatro governos do PT está sendo chamado hoje de mau perdedor. Claro que é um discurso de gente muito desonesta e covarde. Eu ACEITEI a vitória de Lula em 2002, numa boa. Não votei nele e jamais votaria. Mas nem praguejar praguejei. Não fiz como petistas que contestaram as duas vitórias de FHC. Respeitei o resultado das urnas e parabenizei os eleitores. Democracia acima de tudo. Eu ACEITEI a vitória de Lula em 2006, incomodado. O escândalo do mensalão era suficiente para extinguir o PT e derrubar Lula, mas não aconteceu, a imprensa escamoteou. Apesar de discordar da opinião de muitos, em nome da estabilidade democrática aceitei calado o resultado das urnas. Não parabenizei, mas também não reclamei. Eu ACEITEI a vitória de Dilma em 2010. Claro que jamais votaria nela também, ainda sou humano e bípede. Dilma ao menos era uma renovação o Brasil pela primeira vez seria presidido por uma mulher. Dei uma chance e também os parabéns a petistas pela vi...

Vãs esperanças

Por Lucas Berlanza Sobre a eleição de Lula para a presidência da República, começo com as palavras de Rui Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." Um pouco mais da metade do eleitorado brasileiro preferiu devolver o poder a um salafrário amigo de ditadores que foi condenado em três instâncias e foi livrado da cadeia por uma tecnicalidade jurídica. Com todos os defeitos de Bolsonaro, que, por diversas razões, é um dos principais responsáveis por sua derrota, não há justificativa moral para quem admitiu a hipótese de devolver o poder ao lulopetismo. Vocês declararam que, para boa parte da nossa população, o crime compensa. É o triunfo do absurdo. Como quer que seja, praticamente metade da população disse não. Se incluirmos os que anularam seu voto, temos mui...