Sucesso é ofensa



Por Paulo Cruz




O Brasil é um país de cultura autoritária. A imensa maioria dos brasileiros não sabe e não quer viver numa democracia, onde há diversidade e divergências. Somos um bando de autoritários e vingativos, que amam se dar bem e ferrar os outros — sobretudo com poder nas mãos. 

Toda divergência é anátema, toda discordância é traição e toda ideia contrária é mentira e deve ser eliminada. A intolerância é a regra e o sentimentalismo é virtude. Tudo errado. Qualquer um que tenha poder, trata logo de exercê-lo contra o outro. O país? Que se dane. 

Somos atrasados, violentos, ignorantes — quando não somos maus mesmo. Matamos mais do que países em guerra, punimos inocentes e libertamos criminosos; somos escapistas e refratários a compromissos. Amamos a lei do menor esforço e pagamos mais impostos do que países de 1º mundo. 

Entra e sai governo e é sempre a mesma coisa. Por que? Porque os piores governam; gente baixa, pretensiosa, oportunista e rancorosa. Socialistas que se julgam iluminados, liberais do bolso alheio, reacionários atoleimados e simples mamateiros. As exceções confirmam a regra. 

E governar aqui é: patrimonialismo — fazer do público algo privado —, uma quantidade infinita de benefícios e o enriquecimento às custas dos pobres. E no entorno dessa vergonha, vampiros, cobras, ratos e outros bichos peçonhentos aguardando para dar o bote. 

Enquanto isso, a educação segue nos piores índices. Aliás, vi uma propaganda do governo sobre as escolas de tempo integral que é uma verdadeira cusparada na nossa cara, uma desfaçatez absoluta. Os governos vivem de propaganda às custas do nosso dinheiro sem entregar nada. 

Não há investimento real, não há crescimento real nem melhoria real; só há, como diz Sowell, 2 preocupações: se eleger e se reeleger. Enquanto isso, os otários ficam nas redes sociais cancelando, ameaçando e destilando ódio em nomes de políticos e ideologias. Tem como dar certo?

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