Resenha: Mulheres

Memórias de um vagabundo


Uma obra que mostra a essência do VELHO SAFADO, um canalha que, apesar de brincar com a vida das mulheres (e de entendê-las como ninguém), tem um quê de humano: de culpa, de remorso, de vazio, de paixão, de vício, de loucura, de amor. Prosa ligeira e trivial, simplória como o seu protagonista, um tanto repetitiva. Para além do erótico, traz boas doses de humor e ensinamentos de alguém que leva a vida como ela é, longe do glamour das elites e do falso moralismo dos esnobes. À época do lançamento, deve ter sido uma bomba por conta das cenas depravadas e da linguagem chula. Hoje, deve ser intragável para a galerinha politicamente correta, que nega a vida e suas contradições...
Passagens de destaque:

"Não há cura para a dor, a menos que você conheça alguém capaz de entender seus sentimentos e saiba como ajudar".

"As pessoas são interessantes no início. Aos poucos, porém, todos os defeitos e loucuradas botam as manguinhas de fora, é inevitável".

"Eu também gosto de trepar, mas não é a minha religião. Trepar tem muita coisa de ridículo e trágico. As pessoas parecem não saber direito como lidar com a coisa. Por isso, transformam o sexo num brinquedo. Um brinquedo que destrói gente".

"Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, não tinha ideias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não ser. E aceitava isso. Estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante; dava muito trabalho. Eu queria mesmo era um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão".

"Cada mulher é diferente. Basicamente, elas parecem combinar o que há de melhor e o que há de pior - duas coisas mágicas e terríveis. Fico contente que elas existam, de qualquer jeito".

Livro: Mulheres
Autor: Charles Bukowski
Editora:  L&PM
Edição: 2011
Idioma: Português Brasileiro
Nota: 3/5

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