Vamos acabar com os ricos (e com o Brasil junto)
Por Stephen Kanitz
Prepare-se: o Brasil viverá, nas próximas décadas, uma verdadeira caça aos ricos, tudo em nome de uma justiça social mal calculada e mal intencionada.
O fenômeno já é visível nos Estados Unidos e na Europa, e por aqui não será diferente. Em vez de cortar gastos, eliminar desperdícios ou cobrar eficiência do Estado, a solução será simples e populista: aumentar os impostos para os que ganham mais. Tudo baseado em uma grande mentira: que os ricos “não pagam impostos”.
Segundo essa ficção, eles escondem dinheiro em offshores, fazem “planejamento tributário agressivo”, têm contadores “criativos”. Mas a realidade é outra: essas estratégias apenas adiam impostos, não os eliminam, serão pagas e imediatamente gastas pelo governo.
A verdade inconveniente? O 1% a 10% mais rico paga de 26% a 80% de todo o imposto arrecadado, dependendo de como se mede. Inversamente, 75% da população americana paga apenas 28% do total, e o Brasil segue padrão semelhante. Ou seja os mais ricos pagam a maioria dos impostos. E se o governo reduzisse seus custos em 28%, 75%:da população não pagaria imposto nenhum. A saida é termos um governo bem administrado e eficiente. E não uma esquerda distributiva.
A maioria dos economistas e jornalistas ignoram impostos futuros sobre heranças, ganhos de capital ainda não realizados, e tributos postergados por regras fiscais perfeitamente legais. No final das contas ricos pagam ainda mais.
Se o imposto fosse proporcional (10% para todos), um pobre que ganha R$2.000 pagaria R$200. Um rico que ganha R$100.000 pagaria R$10.000 , 50 vezes mais. Repito 50x mais. Mas nosso sistema já é progressivo, e o nosso rico paga R$25.000. Ou seja: paga 120 vezes mais. E ainda assim, dizem esses economistas de esquerda, que rico “não paga”.
Empresas pagam, em média, 42% de impostos sobre seu faturamento. O acionista bilionário recebe, com sorte, 2% em dividendos. Se ele não existisse, sonho do candidato americano para NY, o governo perderia os 42% que a empresa gera em impostos.
Mas para a esquerda, bilionários são supérfluos. Não importa que Elon Musk ou Steve Jobs tenham criado indústrias inteiras, milhões de empregos e bilhões em arrecadação. É mais fácil demonizá-los.
Por quê? Porque ricos são politicamente frágeis. Representam só 1% da população. Não têm sindicatos. Não fazem greves. Não fecham avenidas. São alvos perfeitos para economistas ressentidos e políticos oportunistas.
E o argumento final da esquerda é: “eles podem pagar”. Sim, os super ricos gastam pouco em relação ao que ganham.
Elon Musk, por exemplo, consome menos de 0,01% de sua renda. O resto ele investe — exatamente o que faz a economia crescer. Mas se o imposto sobe demais, ele simplesmente investe menos. E o futuro do país murcha junto.
Já os pobres consomem quase tudo que ganham e, por isso, pagam mais imposto proporcionalmente no consumo. Um detalhe que a esquerda finge não ver. Para piorar, incluem no cálculo “impostos sobre consumo de produtos financiados”, ou seja, compras com dinheiro que nem é renda, distorcendo ainda mais a realidade.
Enquanto isso, o PT continua sabotando a formação de capital. E ao fazer isso, condena o pobre brasileiro à baixa produtividade, ao subemprego, ao serviço doméstico. Um país de artesãos e garçons, e não de engenheiros e empresários.
O nome disso não é justiça social. É burrice coletiva com verniz ideológico.
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