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Mostrando postagens de agosto, 2023

Conselho de Psicologia canadense submete Jordan Peterson a reeducação por falas "não profissionais"

 Por Leandro Ruschel Jordan Peterson é um dos grandes pensadores do nosso tempo. Caso você ainda não conheça o seu trabalho, recomendo fortemente seus livros e palestras. Ele ficou famoso ao iniciar uma campanha contra um projeto de lei canadense que obriga as pessoas a utilizarem os pronomes de tratamento preferido por alguém. Peterson alegava que tal medida é inconstitucional, contrária ao direito fundamental à liberdade de expressão. A questão vai muito além da suposta "transfobia", alegada pelos defensores da medida. Basicamente, você tem o estado obrigando alguém a mentir sobre a realidade objetiva: mesmo que você enxergue uma mulher, por exemplo, por conta da lei você é obrigado a expressar que se trata de um homem, caso a mulher em questão assim deseje. Infelizmente, a lei foi aprovada, e o Canadá, sob o governo extremista de esquerda de Trudeau acelerou a implementação de uma agenda radical, demolindo os mais básicos direitos, como o de expressão e de protesto. No Bra...

Agro, comércio e serviço podem pagar a conta da indústria na reforma tributária

Por Ives Gandra A Câmara dos Deputados reformulou consideravelmente a PEC 45, mas manteve intacto o seu número para não dar a impressão de uma nova proposta ao projeto constitucional. Teve o poderoso apoio da indústria brasileira, única a ser beneficiada com redução da sua carga tributária, e, com forte protagonismo do presidente da Câmara, conseguiu aprovar em primeira discussão o novo regime tributário para o país, sem obedecer, para o segundo turno, a aprovação após cinco dias, fazendo sua ratificação em poucas horas. A ideia básica da proposta seria simplificar o sistema de tributação circulatória de bens e serviços com uma única alíquota sem exceções, em torno de 25%, substituindo os antigos tributos ICMS, ISS, PIS/Cofins pelo novo com o duplo nome de CBS e IBS, e transformando o IPI num imposto seletivo. Por prever o sistema de incidência no destino e a dualidade de imposição da União (CBS), Estados e Municípios (IBS), criou-se um Conselho Federativo com poderes impositivos subst...

Novos tempos (ou não)

Por Padre Paulo Ricardo Quando olhamos para a situação atual da Igreja, temos a impressão de estar diante de um cenário de guerra, marcado por destruição, incerteza e medo. Humanamente falando, o que vemos é desolador: → As verdades de fé, pelas quais os santos e mártires deram a vida, sendo tratadas como meras opiniões ultrapassadas.  → Um silêncio ensurdecedor acerca da necessidade de conversão e de abandono do pecado.  → A distorção dos conceitos de amor e misericórdia, como forma de relativizar o pecado e suas consequências para a alma.  → Uma constante preocupação com temas totalmente alheios à missão da Igreja, em detrimento do zelo pela salvação das almas.  → Uma visão imanente de Igreja, inclusive submetendo-a à ação de organismos internacionais anticristãos, que, por sua vez, aproveitam para impor suas pautas dentro da Igreja.  → A substituição da coerência teológica por um espontaneísmo argumentativo, que trata de temas complexos como quem, de forma in...

Que se vayan todos

Por Fernando Schüler Javier Milei causou sensação com seu desempenho nas primárias argentinas. Em parte, porque é um lobo solitário. Um “grito de guerra”, como diz o antropólogo Pablo Semán, o “que se vayan todos”, e faz mover os jovens dos bairros esquecidos da periferia de Buenos Aires. Mas a novidade é ser um “libertário”. Parte da imprensa apelidou Milei de representante da “extrema direita”, o que revela mistura de mau humor e preguiça intelectual. O mais curioso foi ver o sujeito dito como um “alto risco para a economia argentina”, como escutei em um programa de televisão. O peronismo vai entregando o país quebrado, inflação a 115% e a pobreza atingindo 40% da população. Mas perigo é Milei. As narrativas, desde sempre, definem o teatro da política. Nesse caso, dirão que ele foi instrutor de kama sutra e que dorme com seus cachorros, mas pouca coisa sobre fazer um programa de demissão voluntária no setor público e derrubar a carga tributária. Talvez isso tudo seja particularmente ...

A volta da contabilidade criativa

O termo “contabilidade criativa” foi largamente usado em gestões do PT. Ele era empregado para definir determinadas práticas contábeis. Com elas, os gastos e a dívida pública eram elevados sem que isso se refletisse nas estatísticas, por exemplo, do déficit primário (quando as despesas superam a receita, sem considerar o pagamento dos juros da dívida). Para Marcos Mendes, pesquisador associado da escola de negócios Insper , em São Paulo, e um dos maiores especialistas em contas públicas do país, o governo federal dá sinais de que a “tentação para entrar nessa seara está de volta”. De que forma isso estaria ocorrendo? É o que ele explica, a seguir, em entrevista ao Metrópoles. O senhor tem falado que a tentação de usar a “contabilidade criativa” parece estar de volta? Em que casos essa prática se aplicaria? Há duas semanas, o governo federal enviou ao Congresso uma mensagem propondo excluir do cálculo do déficit das empresas estatais o valor de R$ 5 bilhões. Esse dinheiro seria investi...

Acordo com réus do 8 de janeiro é chantagem institucionalizada

Editorial da Gazeta do Povo Se uma proposta da Procuradoria-Geral da República (PGR) for aceita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em breve mais de mil brasileiros que passaram pelas prisões de Brasília, investigados e denunciados pelos atos de 8 de janeiro, terão diante de si uma autêntica “escolha de Sofia”. Ao entregar alegações finais ao STF, a PGR defendeu a possibilidade de realizar acordos de não persecução penal com 1.156 réus, que foram presos não na Praça dos Três Poderes, durante a invasão do Planalto, do Congresso e do Supremo, mas no dia seguinte, diante do acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. Esse tipo de acordo está previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal; se firmado, o investigado não seria julgado e não correria risco de voltar para a cadeia, tendo apenas de prestar serviços comunitários e pagar uma multa. No entanto, de acordo com a sugestão da OAB acolhida pela PGR, é necessário que o acus...

Monark e o fim da democracia

Editorial da Gazeta do Povo. Neste Brasil orwelliano e pós-democrático, em que um cidadão corre o risco de ser investigado e até punido por fazer perguntas inconvenientes, manifestar certas ideias de forma privada, conjecturar determinadas atitudes (e abandonar a ideia muito antes que ela pudesse se concretizar) e até mesmo seguir o político “errado” nas mídias sociais, um novo “crime” acaba de ser acrescentado a este novo Código Penal que vem sendo construído desde 2019: entrevistar pessoas proscritas pelo atual regime togado. Ao dar espaço ao jornalista Allan dos Santos – que vive nos Estados Unidos, tem contra si ordem de prisão emitida por Alexandre de Moraes e cuja extradição o governo brasileiro não tem conseguido –, o influenciador e YouTuber Bruno Monteiro Aiub, o Monark, incorreu novamente na ira do relator dos abusivos inquéritos das fake news e das “milícias digitais”. A entrevista foi citada por Moraes na decisão em que multou Monark em R$ 300 mil e ordenou a abertura de um...