Tudo ou nada

Fomos às ruas. Chamaram-nos de fascistas, de golpistas. Mas aqui estamos. A maioria não entende o que está ocorrendo. Acreditam em narrativas mentirosas ou deixam-se dominar pelos sentimentos de repugnância que o atual governante lhes traz. Uns poucos entendem e querem deliberadamente tirar proveito do caos, da desordem. Contra estes que lutamos.

O Presidente Bolsonaro foi eleito porque representava uma resposta ao projeto de sociedade da esquerda. Também, condensava a revolta do cidadão comum contra o sistema de poder vigente, contra as políticas falidas que levaram o país à sua derrocada econômica, fiscal e moral. Vendeu-se a imagem de outsider. Os críticos sérios dizem que foi apenas discurso de campanha, que o candidato já estava integrado ao sistema, haja vista as duas décadas como parlamentar de pequena influência e as estranhas narrativas envolvendo sua família. Não estão de todo errados; todavia, os argumentos não são suficientes para aplacar as reivindicações populares.

Temos um sistema institucional (político, tributário, fiscal e administrativo) que, há mais de trinta anos, opera de forma injusta, insustentável e pouco transparente. Reformas e mudanças foram propostas ao longo destas décadas, mas acabaram barradas ou mitigadas pelas forças políticas mais organizadas e que representam apenas uma minoria ínfima da população, as quais visam tão somente manter seus privilégios e o acesso ao poder. Agora, no entanto, grande parte do povo não tem mais paciência. Compreende sua condição. Diverge-se, no entanto, quanto ao remédio a ser ministrado. Uns acreditam piamente em narrativas destrutivas: confisco, calote, conflito, revolução, rompimento, anomia, justiçamento cego, destruição da democracia liberal. Nós, ao contrário do que os detratores enunciam, acreditamos na mudança democrática.

Bastam as formas espúrias de se fazer política. É dever do cidadão exigir de seus representantes equilíbrio e discernimento no presente, pressioná-los em torno do que realmente importa: o Brasil. E aqui nós estamos, realizando esse apelo democrático, no momento derradeiro do país. Uma parcela de inescrupulosos políticos quer sabotar a agenda do governo para promover a sua queda a qualquer custo. Só que a consequência disso será a queda do próprio Brasil.

Não há mais tempo a perder. O Estado Brasileiro encontra-se à beira do abismo, em função de anos de irresponsabilidade. Irresponsabilidade esta que se mantém. Caso o Congresso opte por obstar as reformas, bem como a aprovação dos créditos suplementares (necessários para se cobrir o rombo orçamentário ainda neste ano), no intuito de se promover eventual impeachment, podemos esperar o pior. Inflação para se financiar a dívida? Sucateamento dos serviços públicos? Atrasos de pagamentos a aposentados e pensionistas? Isto é que está à vista.

Portanto se você ainda preza pelo país em que vive, se quer políticas públicas eficientes (educação, saúde, segurança etc), deveria abandonar o joguinho político e ideológico espúrio que impera e apoiar a ordem institucional e as reformas. É por isso que estamos aqui. O povo está desunido. Não deveria. É só uma questão de conhecimento.

PS: Não me venha comparar a situação presente com aquela do governo Dilma; este não se comprometia com responsabilidade fiscal nem tinha interesse em entabular reformas. Muito da crise atual vem daquela época.

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