Percepção política em 2018

Como se situam ideologicamente os candidatos à presidência?


Elaborei um gráfico, utilizando o Political Compass, para demonstrar a tendência ideológica dos principais candidatos à Presidência da República em 2018. 

Utilizei, basicamente, a percepção política que cada um deles provoca no eleitorado, bem como compêndios com as principais propostas contidas nos respectivos planos de governo.

Obviamente, este gráfico relaciona-se mais estritamente à minha visão subjetiva sobre cada um dos candidatos, pois não realizei um trabalho de pesquisa rigoroso sobre suas propostas ou identidades políticas. Mas, creio eu, é uma visão que grande parte do eleitorado compartilha.

Em suma, aqui está:

Como se situam ideologicamente os candidatos à presidência?

Algumas observações:

1) Jair Bolsonaro poderia ter sua posição no eixo "x" (economia) deslocada para o meio do gráfico, visto que vê com moderação a necessidade de ajuste fiscal, bem como já adotou posturas anti-liberais. Contudo, a inclusão de Paulo Guedes numa possível equipe de governo empurrou seu valor do eixo "x" para a direita.

2) Ao contrário do que seus detratores comentam (à esquerda e à direita), o programa de governo de Geraldo Alckmin é bastante liberal e parecido com o de João Amoêdo. Ademais, rebaixei sua nota no eixo "y", dado que é a favor de políticas afirmativas e é mais "brando" no que tange às políticas de segurança pública. Amoêdo, por exemplo, é favorável à revisão do Estatuto do Desarmamento, ao contrário de Alckmin.

3) Ciro Gomes defende amplo modelo de planejamento central da economia, razão pela qual foi bastante deslocado para a esquerda do gráfico. Seus ataques a instituições como o Judiciário, o Ministério Público, à Imprensa e a seus desafetos também lhe renderam nota alta no eixo social (autoritário).

4) Os ataques de Guilherme Boulos à propriedade privada e seus projetos radicais de fomento à "justiça social" lhe posicionaram na extrema esquerda do gráfico. Sua nota "autoritária" só não foi mais alta porque defende referendos democráticos para tomada de decisões políticas.

5) Marina Silva tem propostas que mesclam abertura liberal (simplificação de tributos, redução da despesa pública e reforma previdenciária) com medidas protecionistas e estatizantes (revisão da reforma trabalhista, manutenção de algumas empresas públicas, regularização fundiária ampla). Desta forma, seu valor no eixo econômico ficou bem mais à direita do que eu pensava.

6) Lula, em outros tempos, poderia ter se situado mais abaixo no gráfico. No entanto, com o absurdo que é insistir em uma candidatura do presídio, utilizando de um discurso revanchista e propondo a radicalização da esquerda, resta claro que a chapa petista só poderia ter sido posta no alto do eixo social (autoritário).

Por fim, deixo os links que utilizei para esta postagem.
Political Compass: www.politicalcompass.org/crowdchart2
Análise da BBC Brasil: www.bbc.com/portuguese/brasil-45215784

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