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Mostrando postagens de dezembro, 2024

É vergonhosa a carta que defende que Lula reconheça vitória de Maduro

Um dos signatários da carta em defesa de Maduro é a ABI, representativa da esqualidez intelectual e ideológica dos jornalistas brasileiros Por Mario Sabino É sobre a carta dos suspeitos de sempre, que defende que o Brasil reconheça como legítima a vigarice eleitoral que ocorreu na Venezuela de Nicolás Maduro. Nunca levei a sério esse tipo de agremiação que assina a tal carta: associações de classe, uniões e movimentos disso e daquilo. São clubinhos que reúne gente corporativista, ligada a partidos políticos ou simplesmente cretina, categorias não excludentes. A peça, que trata Lula como “estimado companheiro” na sua introdução, não poderia ser mais indecorosa. Veja o que ela diz: “Gostaríamos de ressaltar a importância da manutenção de boas relações de vizinhança entre o nosso país e a República Bolivariana da Venezuela, baseadas no respeito mútuo, na cooperação e na compreensão das complexidades internas de cada nação. Os princípios da soberania e da autodeterminação dos povos, consa...

Tempo perdido

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  TEMPO PERDIDO – Sr. Clay, está ciente de sua escolha? Um homem de jaleco, crachá e odores de cigarro encarava-o sem emoção através daquelas lentes fundo de garrafa, esperando a resposta. – Quantas vezes terei que repetir? Sim! Já li toda essa papelada e tenho consciência do que estou fazendo! O outro não contestou. Ouviu-se o estrondo do carimbo e, em seguida, um documento foi passado por sobre a mesa. Nele, o selo da Agência Mundial para as Colônias Interestelares e, abaixo, um campo para assinatura. Cassius Clay tomou uma caneta e deixou a rubrica. – Parabéns, Sr. Clay. Agora pode ir até a câmara de preparação. Saiba que, uma vez na colônia, você terá o direito de retornar; mas a Agência não garante indenização pelo tempo perdido. Cassius olhou aquele homem de cima a baixo, recolheu o calhamaço e escancarou a porta de saída. Havia sido judiado por toda a vida: negro, pobre e periférico numa Terra esquecida e caótica. Não tinha mais esperança, mas faria um último servicinho sujo...

Supremo se convenceu de que seus ministros são os únicos autorizados a governar o Brasil

  Por J. R. Guzzo   A fase da história que o Brasil vive hoje, caso ainda exista alguma coisa parecida com historiadores quando chegar a hora de contar o que está acontecendo aqui e agora, provavelmente vai ficar conhecida como a era da alucinação passiva. É como nos estados psicóticos em que o sujeito vê objetos que não estão na sua frente, ou ouve vozes que não existem, mas tem certeza de que está vendo e ouvindo tudo. A alucinação-master no Brasil de hoje é que o STF garante a sobrevivência da democracia neste país.   Na verdade, é um delírio dentro de outro delírio – o de que existiria alguma democracia a ser preservada no Brasil. Deixou de haver, na maioria dos seus elementos essenciais, já há muito tempo, e fica cada vez menor a cada vez que o STF decide alguma coisa ou algum ministro abre a boca para nos instruir a respeito de como o país tem de funcionar. É assim porque o defeito não está no Brasil. Está no STF. Não é mais um tribunal de justiça. É apena...

A mágica de Mr. M(inistro)

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Efêmero como fumaça

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EFÊMERO COMO FUMAÇA Era uma tarde fria de sábado, numa metrópole brasileira qualquer. O labirinto de concreto da cidade suspirava logo abaixo do céu carregado e sem cor, enquanto Felipe acordava vagarosamente em seu quarto, após uma sesta mal dormida. – Ontem, o ministro decretou a prisão do jornalista Dilan dos Santos, por tê-lo difamado em um blog... – A velha TV de tubo estava ligada e um repórter comunicava as últimas notícias. O chiado que provinha do aparelho assemelhava-se ao zumbido de moscas, que revoavam na cabeça do sujeito como um enxame. Mas ele não prestava atenção ao noticiário, cada vez mais absurdo, mas sim no bichinho que crescia em seu estômago. – Que revertério! – Grunhiu, enquanto se remexia inquieto entre as cobertas. Horas antes, almoçara um hambúrguer barato no trailer próximo ao trabalho, alimento que saíra de uma piscina de gordura ancestral. Definitivamente, aquela não havia sido uma boa refeição. Por isso, acendeu um cigarro e pôs-se a fumar no apose...

Uma ruptura inevitável

Por Stephen Kanitz A política brasileira está prestes a sofrer uma mudança de paradigma em 2026: o Próximo presidente do brasil será muito mais jovem.   Não será mais uma luta entre direita e esquerda, mas sim entre gerações.   A geração Baby Boomer, que dominou o poder por décadas, mesmo representando apenas 10% da população, está sendo cada vez mais rejeitada pelas gerações mais jovens.   Os Boomers, obcecados por dinheiro fácil e negligentes com o futuro, entregaram ao país uma herança de dívidas públicas e previdenciárias impagáveis, impostos opressivos e um sistema de ensino sucateado e ideologizado.   Essa geração transformou o Brasil em um campo minado para seus próprios filhos.   Não deixou um legado positivo — apenas um rastro de irresponsabilidade.   O Declínio da Geração Baby Boomer: por 32 anos, os Boomers governaram como se fossem eternos, alimentando corrupção, subsídios excessivos e um sistema econômico injusto....

A treva do ministro Barroso

Por J.R. Guzzo O presidente do STF, pelo que diz em público e pelas decisões que toma, é uma lanterna que funciona ao contrário: sempre que aponta para algum lugar, cria a escuridão imediata sobre tudo aquilo que até então estava claro. A liberdade de expressão, um dos pontos mais luminosos da aventura humana, é para ele e seus colegas uma doença social. Tem de ser combatida, como a febre amarela, e o ministro Luís Barroso faz isso criando o máximo possível de treva no debate sobre o tema. Sua última barragem de artilharia contra o direito constitucional à palavra livre é uma aula magna sobre os usos da sua lanterna da escuridão. A possível revisão das normas que hoje regulam as redes sociais é claramente um assunto do Congresso Nacional, e de ninguém mais. Só o parlamento está autorizado a fazer leis no Brasil – uma auto evidência óbvia como o sol do meio-dia. Não interessa se são boas, médias ou ruins. São as únicas possíveis. Barroso e o STF discordam. Acham só eles fazem as leis “...