A caminho do abismo

O "calabouço" fiscal de Haddad aponta para inflação e aumento de impostos. Os economistas Marcos Mendes e Marcos Lisboa apresentaram um estudo no Brazil Journal, mostrando que a proposta de arcabouço fiscal de Haddad é uma peça de ficção. 

Rodaram três cenários: um de projeção do PIB conforme a expectativa do mercado, outro de oscilação acima e abaixo dessa projeção nos próximos anos e um terceiro de expansão sistemática da receita acima do PIB, conforme quer a própria equipe econômica, através do aumento dos tributos. O objetivo era mostrar que, em quase todos os casos, nem mesmo a banda mínima de alvo para o superávit primário é atingida, e no caso de aumento maior da receita fiscal, sistematicamente acima do PIB, o superávit primário de 1% seria alcançado apenas em 2030. 

Os autores especulam que a única forma do governo alcançar a meta mínima de superávit seria através da inflação. Talvez o plano seja esse mesmo. 

A única certeza dessa proposta é o aumento sistemático dos gastos públicos, que já são elevados e mal empregados. Ao invés de reformar o estado para racionalizar os gastos, estamos observando a expansão deles sob o falso pretexto de "incluir o pobre no orçamento". A verdade é que o descontrole das contas públicas afeta exatamente os mais pobres, justamente pelo crescimento da inflação, que é um imposto escondido. 

Resumindo, o único aspecto positivo desse plano é o fato de ele ser melhor do que nenhuma trava para os gastos públicos. Mas, se for aprovado do jeito que está, representará o aumento tumoral do tamanho do estado, que já é grande demais e esmaga os brasileiros que produzem riqueza.



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