O Leviatã bisbilhoteiro
Por Fernando Schüler, artigo para a Revista Veja. “Golpe foi soltar o presidiário!”, diz um dos membros do agora famoso grupo dos “golpistas do WhatsApp”. Outro integrante mira no STF: “A Corte age à revelia da Constituição!”, diz e conclui: “Até quando vamos assistir o abuso prevalecer?”. A frase mais grave veio na forma de um desejo: “Prefiro um golpe à volta do PT”. Ele parece falar de variações do modelo chinês, que junta autoritarismo com mercado, e engata: “Ninguém vai deixar de fazer negócios com a gente”. Por fim, alguém arrisca uma digressão whats-filosófica, dizendo que “a espécie humana sempre foi violenta”, e que seria “uma utopia pensar que as coisas sempre se resolvem ‘na boa’”. É o Brasil em transe. Não por essas frases desconexas, algumas com o lamentável traço autoritário, aliás, ditas aos milhares no universo cacofônico das redes, dos bares, dos clubes, nos jogos de beach tennis Brasil afora. O transe é estarmos em meio a uma campanha presidencial discutindo essas c...