Narcisismo



O mito de Narciso nasceu na antiguidade clássica e conta a história de um rapaz que, de tão belo, apaixonou-se por si mesmo, indiferente aos amores externos. Ficou a admirar seu reflexo nas águas até morrer. Mais tarde, tal mito deu nome a um transtorno de personalidade: o narcisismo. 

Viver com um narcisista é uma experiência nefasta. Não há reciprocidade, somente sujeição ao seu arbítrio. Camuflando sua insegurança interior por meio da arrogância, do controle e do desdém, o narcisista é quase um psicopata, pois, assim como este último, não possui empatia, exceto quando há um ganho pessoal envolvido. Acredita que a vida é um jogo de dominância e, por isso, tentará te rebaixar de toda maneira, até vê-lo como um ser insignificante. É a forma que encontra para afirmar-se como superior. Não importam as emoções e necessidades dos outros, mas somente as dele. 

O remédio está apenas no interior daquele que é afetado pelo Narciso, pois este talvez nunca mudará sua essência quebrada. Não há qualquer senso de introspecção ou autocrítica, uma vez que estas demandam uma certa renúncia interna capaz de sabotar o ego. Logo, deve evitar-se o confronto. Simplesmente não se importar com as suas manipulações e invalidações, mostrando que seu egocentrismo não nos afeta e tais julgamentos não são reais. Ter amor próprio.

Quando rejeitados, tais indivíduos podem escancarar o que de pior há em sua alma. Os joguinhos e as explosões de raiva derivam de sua infinita insegurança. Podem também tentar o tratamento de silêncio, visando unicamente a declaração de sua superioridade. "Por que manterei contato com esse traste que não me valoriza?": é o que pensam. 

A vida é muito curta para se perder com tais pessoas.

Comentários