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Mostrando postagens de abril, 2025

Arcabouço: o breve

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A reforma do Código Civil é desastrosa

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O sentido de uma república

Por Fernando Schüler Leio que a União move uma ação contra uma produtora de vídeos. A razão é um documentário sobre o julgamento de Maria da Penha, vítima de duas tentativas de homicídio, nos anos 1980. O caso foi julgado em 1991, com a condenação de seu ex-marido. Em 2006, foi votada a lei no Congresso que leva o seu nome. A história é bastante conhecida, e não vai aqui juízo de mérito sobre os argumentos em jogo. A ação diz que o documentário traz “argumentos distorcidos” e “informações incompletas”, que seus autores não consideraram “apropriadamente” as alegações do processo judicial e que o material não atende a “critérios de veracidade”. Raras vezes li, mesmo no estranho Brasil dos últimos anos, um documento oficial que afirmasse de modo tão claro a ideia do Estado disciplinador da verdade. Não deveria me impressionar muito com essas coisas, me dizem. Há muito teria se perdido, no Brasil, a ideia simples de que a sociedade é diversa, que documentários, assim como filmes e livros, ...

O que Trump custou à América

Por Thomas Friedman Quando se tem um país do tamanho da China — 1,4 bilhão de pessoas — com o talento, a infraestrutura e a poupança que possui, a única maneira de negociar é com alavancagem do nosso lado da mesa. E a melhor maneira de conseguir essa alavancagem teria sido Trump reunir nossos aliados na União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Brasil, Vietnã, Canadá, México, Índia, Austrália e Indonésia em uma frente unida. Transformar a negociação em o mundo todo contra a China. Então, você diz a Pequim: 'Todos nós vamos aumentar gradualmente nossas tarifas sobre suas exportações nos próximos dois anos para pressioná-los a fazer a transição de uma economia voltada à exportação para uma mais orientada ao mercado interno. Mas também vamos convidá-los a construir fábricas e cadeias de suprimento em nossos países — empreendimentos conjuntos 50-50 — para que sua expertise seja transferida de volta para nós, da mesma forma que vocês nos forçaram a fazer por vocês. Não queremos u...

Democratas

Por Alex da Matta Esse show de pânico moral com presidenciáveis de direita subindo no palanque pela anistia mostra como boa parte do que se chama de "moderação" e "democracia" no Brasil é, na prática, uma ideologia intolerante e radical.   Há um ano, uma pesquisa do Datafolha mostrou que dois terços dos brasileiros viam o 8 de janeiro mais como vandalismo do que como tentativa de golpe.   Em dezembro, outra pesquisa do mesmo instituto apontou que um terço dos brasileiros apoiava a anistia. É coerente: a ideia de que aquilo foi um golpe não colou, mas as imagens da destruição ficaram. As pessoas ainda querem punição para os vândalos.   O caso da Débora ganhou força porque, aos poucos, muita gente percebeu que até quem não quebrou nada está pegando 14 anos de cadeia. Isso não parece razoável. E aposto que as próximas pesquisas deve mostrar crescimento no apoio à anistia.   Para quem parte dessas premissas, e são muitos, anistiar depois de dois anos de prisão parece ju...