Postagens

Mostrando postagens de julho, 2024

Resenha: Confissões

Imagem
  Uma obra absolutamente atemporal e que trata do que é mais caro ao ser humano: a sua relação com Deus. Não quero ser presunçoso a ponto de tecer comentários e formular análises sobre este grande marco da literatura, pois isso já foi feito por grandes mestres no decorrer dos séculos. Quero apenas destacar algumas impressões pessoais que ressoaram no fundo da alma: O itinerário para Deus é universal. Esta talvez seja a mensagem mais cativante da obra e que tanto inspirou leitores na história. Como diz o próprio Santo Agostinho: “Estavas comigo, mas eu não estava contigo”. Deus é de onde provém todas as coisas e está sempre conosco, embora conceda e respeite o livre-arbítrio aos homens. Estes é que se dirigem para longe Dele. Mas, mesmo nesta situação, está os chamando e, em certo momento, ilumina a sua inteligência. Os vícios da humanidade são perenes ao longo da história. A obra foi escrita há mais de mil e seiscentos anos. Mesmo assim, descreve disposições do ser humano que são a...

A Sátira dos Contribuintes

Por Fernando Schüler O Ministro Haddad reagiu bem à enxurrada de memes sobre o “taxad” e os aumentos de impostos. Ficou em silêncio e tocou seu trabalho. Com humor não tem jeito. É assim que tem que fazer. E arrisco: é assim que o poder deve funcionar. O completo ridículo ficou por conta de uma parte da mídia mais governista do que o próprio governo. O “tinha que proibir”, a conversa sobre “é coisa de profissionais”, e frases do tipo. Por um momento até me peguei pensando: como é que iriam proibir memes na internet? Podia entrar no PL das Fake News. Quem sabe equiparar memes a fake news ou “ameaças à democracia”. Ou algo nessa linha. Não ia dar certo. Iria logo aparecer alguém com aquela perguntinha chata: mas só os memes contra o governo? Esquece. Zero chance de isso funcionar. De minha parte, achei interessante a onda dos memes. Não tem nem de longe a qualidade das caricaturas e ilustrações que um Angelo Agostini fazia satirizando nosso bom imperador, mas de alguma forma funciona. Qu...

Alguém precisa dizer o óbvio

Imagem
 

Será a reforma tributária simplificadora?

Por Hamilton Dias de Souza, Humberto Ávila, Roque Carrazza e Ives Gandra Martins Temos escrito e dado palestras sobre a reforma tributária desde que o projeto de emenda constitucional foi apresentado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional com poderes de constituinte derivado. Partindo do princípio que o sistema era complexo, inseguro e oneroso, buscou a EC 132/23 resultante do projeto apresentado, propôs pelo art. 145, §3º da CF, criar um sistema “simples, transparente e justo tributariamente”. A fim de conseguir os três desideratos instituiu sistema com três vezes mais disposições constitucionais do que temos no atual. Ocorre que os princípios, normas e regras de uma Constituição exigem um grau de conhecimento muito mais acurado que da legislação infraconstitucional, pois a eficácia e a validade do que for dito e interpretado pelas Cortes Superiores influirá toda a legislação inferior. Compreende-se a nossa perplexidade quando vimos aprovada esta “triplicação simplificadora”. Por ...

O pano de fundo do atentado

No atentado contra Donald Trump, vemos a situação-limite da ideia, promovida pelos Democratas nos EUA e STF no Brasil, de que uma pessoa, uma vez rotulada de “extremista de direita”, deixa de merecer os seus direitos básicos. Se o “extremista de direita” não merece liberdade de expressão, nem devido processo legal, nem passaporte, nem acesso a seu próprio dinheiro, nem suposição de inocência, nem isonomia, nem acesso de seus advogados aos autos processuais, nem liberdade física, nem ser julgado por juízes imparciais, nem respeito mínimo por parte desses juízes e outras autoridades… por que mereceria o direito à vida? O atentado contra Trump, assim como o atentado jurídico cometido diariamente contra os presos políticos brasileiros (ambos com vítimas fatais) são consequência lógica de uma política de desumanização das pessoas de direita, dos conservadores, dos simples cidadãos que ousam não compactuar com o sistema de poder corrupto brasileiro, americano, mundial. O sistema de poder rei...

Evidências que Roger Waters nega

Imagem
 

Imposto sobre a inveja

Por Gustavo Maultasch Tribute-se a inveja, e não a herança; inclusive, porque se arrecadaria muito mais. A base tributária é bem maior: vermelhos de inveja, há um bando numeroso que está mais preocupado em cobiçar a posse do próximo que em auditar o próprio fracasso para ambicionar algo melhor para a sua família. Imposto sobre a herança é uma das políticas públicas mais vis, torpes e repugnantes que existem. É um dos tributos mais sujos e imorais jamais inventados. Poucas coisas na vida são mais bonitas, virtuosas e sublimes do que trabalhar e privar-se do próprio consumo para, no futuro, poder deixar algo para os filhos. Não; eu quero muito, mas não posso comprar isso porque quero deixar esse bocado a mais para o meu filho. É o bem-estar futuro da sua família sacralizado no sacrifício do tempo presente. Essa atitude deveria ser aplaudida e reverenciada pela sociedade. Deveria haver um prêmio tipo Nobel para quem deixou a maior herança todo ano. O sujeito privou-se para deixar a rique...

Armadilha Identitária

 Por Fernando Schüler ”Ansiosa para ser presa quando voltar ao berço do iluminismo escocês”, escreveu J.K. Row­ling, autora de Harry Potter, em um tuíte. Row­ling fazia referência à nova “lei de crime de ódio” que entrou em vigor na Escócia, este ano. A lei menciona uma lista de grupos “protegidos”, ligados a gênero, idade, orientação sexual etc., e diz que atitudes “que uma pessoa razoável consideraria ameaçadora” são passíveis de punição. Caberá à polícia e aos juízes dizer exatamente o que isso significa, e não é difícil imaginar a confusão que a nova lei está causando. Ela é um bom exemplo de um traço de nossa época, definido como “safetyismo” pela psicóloga Pamela Paresky. A ideia de que nos tornamos subitamente frágeis — ou, ao menos, seletivamente frágeis. E que, portanto, precisamos ser protegidos. Pelo Estado, pelas empresas, pela polícia, como agora faz a Escócia. E protegidos não apenas da violência, mas das palavras, piadas, estátuas ou personagens da Fantástica Fábrica...

Fim de feira

Imagem
Por Leonardo Coutinho O presidente Lula não entendeu que ele não ganhou a eleição passada. Foi Bolsonaro que perdeu como resultado de uma combinação de surtos psicóticos armados de seus aliados, ativismo judicial, sabotagem na imprensa e nas plataformas de mídia social. Esta imagem de fim de feira que o Jornal O Globo nos brinda é um retrato de um presidente umbiguista que governa cercado de acólitos que reforçam o engano de que o presidente-divino está sempre certo e é uma eterna vítima do mercado e quem sabe do mundo. Ao invés de marchar para o centro buscando conciliação e desenvolvimento, Lula adota o que há de pior em seu estilo, partido e aliados. Bastava adaptar o seu primeiro mandato à realidade de hoje. Mas Lula não sabe governar na adversidade.