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Mostrando postagens de abril, 2024

Presidentes da Câmara e do Senado brasileiros são aliados dos censores

Por J. R. Guzzo É um sinal trágico do fundo de poço para o qual o Brasil de hoje foi empurrado o puro e simples fato que se segue: foi preciso a Câmara de Deputados dos Estados Unidos denunciar a censura no Brasil, porque o Congresso brasileiro, na figura dos presidentes da Câmara e do Senado, não faz nada a respeito. É, realmente, superar os limites no esforço para passar vergonha, agora na frente do mundo inteiro. Nenhum dos dois, até o momento, se importou a mínima em passar vergonha aqui dentro do Brasil. Foram capazes de não dizer uma única palavra, desde que assumiram seus cargos, diante das centenas de atos explícitos de censura cometidos pelo STF em geral e pelo ministro Alexandre de Moraes em particular. Para quê? Estão preocupadíssimos em colaborar com a “governabilidade”, é claro – ou seja, suas prioridades de 1 a 10 consistem em se dar bem. Resultou nisso aí. Os brasileiros sabem há muito tempo que o STF pratica censura nas redes sociais; a Câmara americana citou 88 casos, ...

Conflitos internacionais

Por Hélio Beltrão Sobre o caso X e Elon Musk, o governo brasileiro vai acionar embaixada dos USA. A diplomacia “quer saber a relevância da comissão do Congresso americano que publicou relatório com decisões da justiça brasileira”…. Em primeiro lugar, é um relatório oficial do Congresso Americano, que revela informações que estavam em sigilo no Brasil. O Congresso americano se envolveu porque os Estados Unidos possuem uma importante lei, a “Foreign Corrupt Practices Act”. O Ato pune severamente empresas americanas que se envolvam em atos de corrupção ou de CONLUIO ILEGAL com governos estrangeiros para benefícios próprios, mesmo sem troca monetária direta. A Siemens, que nem americana é, foi multada em US$800.000.000 em 2008 no âmbito desta lei. Portanto, ao se meter neste assunto, o governo Lula está mordendo a isca e vestindo a carapuça de aliado do Supremo.   A questão não é a relevância ou irrelevância de que orgão do Congresso Americano expediu o relatório oficial. Afinal, isso...

STF - Democracia e golpe

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Mais democracia e menos liberdade

Por J. R. Guzzo O Brasil vive hoje uma situação extraordinária: dedica uma parte cada vez maior do seu tempo e sua energia discutindo os meios mais indicados, virtuosos e patrióticos para reduzir a liberdade individual dos cidadãos. Nada revela tão bem essa experiência de engenharia social reversa quanto a última convicção das classes que se consideram progressistas, culturais e democráticas. A liberdade de expressão, no seu entender, tornou-se uma ameaça. É a pior inimiga da sociedade no século XXI. É um perigo público. Faz muito mal – como a pressão alta, o colesterol e os derrames cerebrais. Até há pouco tempo, o direito de se manifestar livremente o pensamento era uma das conquistas fundamentais da humanidade. Deixou de ser, para os que deram a si próprios a prerrogativa de pensar por todos e decidir como o resto dos cidadãos devem se comportar em suas vidas. Ao contrário, tem de ser regulado, reduzido e policiado ao máximo, para permitir a sobrevivência do “processo civilizatório”...

O sentimento dos últimos anos

Por Leandro Narloch Uma opinião corrente até na centro-direita é a de que "os ataques do STF/TSE à liberdade de expressão foram necessários diante da ameaça de golpe, mas agora isso já passou". Desse ponto de vista, Alexandre de Moraes protegeu a democracia do Brasil. Na verdade ocorreu o contrário: Alexandre de Moraes, entre tantos desmandos, abusos e picaretagens de integrantes do STF, foi o principal fator a enfraquecer a democracia brasileira. A credibilidade da democracia exige que eleitores diferentes se sintam igualmente tratados, ouvidos e representados. O cidadão precisa confiar no jogo democrático, acreditar que, se seu voto eleger um político, as escolhas desse político entrarão em vigor. Não foi o que ocorreu durante o governo Bolsonaro. Qualquer escolha que contrariasse a elite urbana escolarizada era logo derrubada por decisões monocráticas dos supostos defensores da democracia. Até mesmo questões que cabem exclusivamente ao presidente, como alíquotas de importa...

Neocomunismo e a escatologização da democracia

Por Gustavo Maultasch Os "defensores da democracia" não desejam a democracia; eles desejam a utopia progressista. Se essa utopia vier pela democracia, ótimo, um trabalho a menos; mas se o povão insistir em ter valores diferentes, aí parte-se para a censura e para a retirada da liberdade de quem ousar pensar diferente. Tudo isso, claro, chamando o autoritarismo deles de "defesa da democracia", porque assim fica mais fácil de enganar muita gente (além de dar uma saída honrosa àqueles que querem ser enganados e precisam de um álibi para manter a auto-estima diante da própria passividade). Precisamos evitar a manipulação que impede as pessoas de terem a opinião certa! E qual a opinião certa? A dos escolarizados urbanos, que hoje compõem a maior parte das lideranças das instituições (academia, mídia, governo etc) e que foram fanatizados na visão de mundo do progressismo. A opinião "certa" do progressismo é a única possível; quem não concorda é porque foi alvo d...

A fúria 'woke' nas empresas e universidades é um fato de nossa época

Por Fernando Schüler Ela foi demitida por e-mail. “Pedimos que você deixe sua posição, imediatamente”, dizia o texto. O trabalho era voluntário. A demitida era Fran Itkoff, uma senhora de 90 anos, que há sessenta se dedicava à Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla (MS Society). O marido havia se tratado lá, e ela também, além de ter recebido prêmios pelo seu trabalho. Não adiantou. Seu pecado foi ter se atrapalhado no uso dos pronomes, conforme definido pela área DEI (“Diversidade, Equidade e Inclusão”) da instituição. “Não conseguia entender”, disse ela, “quais os termos podiam ou não ser usados”. Resumindo: foi para a rua. “É irônico”, disse sua filha, “porque eles se dizem inclusivos, mas excluem uma mulher deficiente de 90 anos, voluntária há sessenta”. O caso veio a público, causou comoção, muitos apoiadores da MS Society ameaçaram retirar suas doações, e a entidade voltou atrás. Tem sido a regra. Se um caso como este vem à tona, a fúria woke é contida. Ao menos por algum tempo...