O novo incêndio do Reichstag
Por Gustavo Bertoche Daqui de longe vi os acontecimentos do último domingo. Pessoas adultas, com profissão, com família, decidiram dar um "golpe" e instaurar uma "guerra civil" - a despeito da hostilidade dos meios de comunicação, da indiferença dos militares, da inexistência de uma liderança, da ausência de apoio internacional, da falta de treinamento armado -, baseadas somente no "sentimento", na "crença", na "esperança" de que no momento exato, sem haver nada combinado previamente, os generais surgiriam, como um deus ex machina, e executariam uma ruptura institucional. A confiança na Providência para a resolução do problema, e a conseqüente decepção quando ficou claro que ninguém apareceria para salvá-los, é reveladora: trata-se de um movimento antes religioso que político - uma comunidade de irmãos conectados pelas redes sociais a uma congregação virtual, na qual todos, ligados a um messianismo de um messias imaginário, diariamente...